Menos perguntas, mais respostas

O Oriente é conhecido como o berço da introspecção. Os mestres orientais possuem uma característica muito perceptiva acerca de comportamento. Praticam o silêncio…

O motivo para isso é porque os ocidentais são viciados em respostas prontas. No Ocidente, prega-se a ideia inconsciente de que ter a resposta é mais importante do que perseguir a resposta. Perguntamos incessantemente. Como se saber a resposta fosse mudar as coisas e trazer grandes mudanças. Na realidade, as respostas transformaram os indivíduos que as possuem pelo caminho trilhado até elas. A experiência que a resposta contém é o que faz dela transformadora. A resposta como uma organização de letras é vazia. O silêncio é forma pela qual se vive a resposta e ela se torna parte de você.

O Oriente possui a premissa de experimentar a vida para formar conceitos pessoais, enquanto o Ocidente busca a padronização dos conceitos, inclusive a nível humano. O que torna tão estranho — e ao mesmo tempo tão atraente — a Psicologia Clínica, como o conhecimento do ser individual como um todo, ao invés de enquadrá-lo em um grupo ou causalidade.

A tendência é lotarmos os outros de perguntas por respostas que se acumulam e não tem utilidade, portanto, não são transformadoras em nossa vida. A consequência é que viramos um lixão de informações, porque não encontramos respostas trilhando um caminho e, as que obtemos, não utilizamos no caminho a trilhar. Acredito que isso aconteça pelo nossa cultura pouco introspectiva. Nós experimentamos excessivamente sem ter um propósito. Não sabemos onde queremos ir. Devido à isso, vivemos a essência de deixar-se levar pela vida. O que nos torna desprovidos de Vontade, à deriva. Esperando que nossos problemas se resolvam por uma benção de fora, ao invés de um direcionamento de dentro.

Certa vez, não me lembro exatamente onde, ouvi uma história de alguém que dizia não saber o que fazer. Então lhe foi dito: Tem um monte de gente que pode te ajudar, mas primeiro você precisa saber que ajuda você precisa.
Até que ponto sabemos o que queremos, para onde queremos ir e do que precisamos? Até que ponto respeitamos o processo de autodescoberta na infância e apoiamos, incentivamos nossas crianças? Até que ponto nossos pais apoiaram nosso processo de autoconhecimento? Até que ponto nos conhecemos?
Para sermos mestres de algo, antes é preciso achar seu mestre interior. E só é possível achá-lo sendo aprendiz de si mesmo. E isso significa viver aquilo que há dentro de nós, aquilo que somos. Só assim encontramos as respostas de que precisamos.

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