Era um anjo, mesmo que não acreditassem,
Confuso entre o Céu e a Terra.
Imaginando onde deveria estar.
Talvez não pertencesse a nenhum lugar. Ou pertencesse a todos.
Infelizmente, não sabia quem poderia lhe responder.
Um homem suspeito de sorriso sincero lhe disse que perguntasse à Deus.
E ele lhe perguntou onde Deus estava, já que nunca o tinha visto.
O homem lhe respondeu que deveria subir o mais alto que pudesse para encontrar Deus.
Amargurado pela dor,
Arrependido pela queda,
Depressivo pela confusão,
Caminhando com turvada visão.
As luzes de neon cegam sua consciência,
Não o deixam pensar, não o deixam voar.
Não pode mais amar aos outros, nem a si mesmo.
Amaldiçoado com asas divinas e um corpo mortal.
Então o anjo ascendeu ao mais alto arranha céu, esperando que Deus falasse com ele.
Suas asas refletiam a luz da cidade, mas nunca a divindade.
E pela eternidade, o anjo, então, permaneceu à beira do edifício, sem alcançar o céu.
Aguardando que algum Deus lhe diga para pular.